Tudo aconteceu no fim da tarde de 02 de agosto de 2006. Ana Cristina Woehl Kubiack recebeu uma ligação do jardim de infância e soube que algo estranho havia acontecido com o filho, Eduardo Woehl Kubiak, de dois anos de idade.

A escola relatou que após o sono do almoço o menino acordou com um grito muito forte, estava todo urinado e sem coordenação motora. Ana o levou imediatamente ao pediatra, onde tentaram colocá-lo no chão para verificar se andaria, mas ele não andou.

O médico encaminhou Eduardo para a realização de uma tomografia, consultou com outro pediatra que estava de plantão e os encaminhou a Joinville. No dia seguinte, com a consulta agendada, foi diagnosticado com AVC isquêmico. Ficou internado por nove dias no Hospital Dona Helena, para realização de vários exames.

Até aquele momento, a família não sabia se a criança voltaria a falar, andar ou se ficaria com sequelas. Em 05 de agosto de 2016 ainda sem andar, ele começou a mostrar uma melhora aos movimentos frente a estímulos. O pai mencionou que quando colocava uma bola na frente do menino ele começava a movimentar-se. Foi como se ele tivesse voltado a ser um bebê: não andava, não falava, não comia sozinho e havia voltado a usar fraldas.

A recuperação foi acontecendo aos poucos, na medida em que manteve a continuidade do tratamento com fonoaudióloga, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. A mãe acredita que tudo foi um ensinamento, ela afirma ver a vida de uma maneira diferente e exalta a importância da saúde.

Para o pai, o diagnóstico foi um choque, pois desconhecia a incidência de AVC em criança, pensava que a doença acometesse apenas em idosos. E enfatizou a importância da divulgação das informações, a fim de evitar um pior prognóstico, já que na própria escola houve uma demora para informar a mãe.

Hoje, Eduardo tem 14 anos e frequenta a escola normalmente. “Na época cogitou-se a hipótese de que meu filho teria dificuldades na escola, porque o AVC aconteceu próximo de uma área cerebral relacionada à leitura. No entanto, a única dificuldade que permaneceu foi a redução da força do braço e pé direitos”, destaca a mãe. “Ele era destro, mas adaptou-se a utilizar o lado esquerdo, o que não impede de ter uma vida normal. Ele continua com a fisioterapia, porém com menos frequência. Faz natação e inglês”, conclui.