Em uma manhã de setembro, de 2013, Sandra Schulze acordava para mais um dia de trabalho como faturista em uma empresa em Joinville. Ao contrário do habitual, ao tentar levantar e ficar de pé, caiu em frente a cama e não conseguiu mais me mexer. “Senti meu braço esquerdo frio e paralisado e por ali no chão fiquei”.

Por sorte, os colegas do trabalho estranharam a falta de Sandra e a procuraram em casa, onde morava sozinha. Ao chegarem, começaram a chamar e a bater nas janelas do apartamento. Ela conseguiu escutar e gritar o número do telefone do irmão. Após horas do episódio e sem atendimento, foi levada pelo SAMU ao Hospital e ficou na UTI por três dias.

Ainda surpresa com o que havia lhe acontecido, precisou enfrentar o fato de que ficaria com sequelas. “No começo não foi fácil me ver naquela situação. Não conseguia ficar sentada na cama, porque caia. No banho, as enfermeiras tinham que me ajudar. Por sorte estava em um hospital que tinha uma equipe de fonoaudiólogas e fisioterapeutas que já começaram a trabalhar comigo na reabilitação dos movimentos”, comenta.

Após 15 dias, Sandra teve alta do hospital e voltou a morar com a mãe.  “Quando tive que enfrentar minha nova realidade, com limitações nos movimentos, tomei a decisão de não lamentar as sequelas do AVC, mas sim levantar a cabeça e reagir para que eu pudesse voltar o quanto antes a minha vida dentro das minhas limitações”.

Após dois anos do AVC, com muita fisioterapia, Sandra voltou a morar sozinha e a dirigir. “Procuro sempre alimentar minha fé, porque sem Deus eu não estaria aqui. Devemos acreditar em nós mesmos. Quando colocamos metas e nos comprometemos, mesmo com nossas limitações, conseguimos realizar”, enfatiza.

Sandra faz fisioterapia e terapia ocupacional. Também faz exercícios específicos para o braço esquerdo, com a fisioterapia, duas vezes ao mês. “Sou imensamente grata a quem me fez caminhar nos primeiros dias no hospital. Penso que devemos fazer o que está em nosso alcance para melhorar nossa qualidade de vida, porque após um AVC a vida continua mesmo com limitações”, conta. “Eu entrei no grupo de Dança Sênior ‘Chuva de prata’, uma atividade atraente e saudável e de inclusão social, mas que também ajuda coordenação motora e na agilidade de um raciocínio. A dança mudou a minha vida, nem lembro das minhas limitações, não tenho depressão, sou mais alegre e cada vez fico mais apaixonada pela atividade. Acredito que somos capazes e podemos, mesmo após um AVC, melhorar nossa qualidade de vida, afinal, continuamos pessoas normais, apenas com algumas limitações”.