HIPERTENSÃO ARTERIAL

Enfermeira Angela S. Schossland
Enfermeira Rosilda Veríssimo Silva

A hipertensão arterial é o tipo mais comum de alteração nos níveis de pressão sanguínea e também constitui um fator de risco para o desenvolvimento de acidentes vasculares cerebrais, popularmente conhecidos por derrame. Inicialmente silenciosa, a hipertensão caracteriza-se por valores elevados de modo persistente (POTTER e PERRY, 2004).

O fato de ser um problema de saúde que se desenvolve silenciosamente contribui para que o seu diagnóstico seja feito tardiamente e, algumas vezes, já devido as alterações fisiopatológicas desse evento. Em decorrência disso, as ações preventivas já são de menor eficácia, quando comparadas com estados de saúde anteriores, mas de grande importância contribuindo para diminuir outros malefícios dos níveis pressóricos elevados.

A passagem do sangue do ventrículo esquerdo até a artéria chamada de AORTA e dela para o restante do corpo faz uma determinada força dentro desses vasos sanguíneos. Quando essa força aumenta além dos valores considerados normais, tem-se a hipertensão. Ou seja, a hipertensão é quando a PRESSÃO exercida pelo sangue em movimento na parede das artérias é muito forte.

A pressão arterial pode ser verificada por métodos diretos – que são utilizados em situações nas quais se precisa adotar conduta médica muito rapidamente – e por métodos indiretos, com o uso de estetoscópio e esfigmomanômetro. Cada vez que se verifica os valores de pressão arterial obtem-se dois números diferentes. O primeiro deles é conhecido como pressão sístólica (máxima) e sempre é o maior número. O outro representa a pressão diastólica (mínima) e é o menor número. As letras que aparecem na seqüência dos valores significam milímetros de mercúrio, isto é, a unidade padrão para a verificação da pressão arterial (GUYTON, 2002; POTTER E PERRY, 2004)

QUANDO A PRESSÃO ARTERIAL É CONSIDERADA ALTA?

Para adultos, quando ultrapassa a máxima de 130 mmHg e a

mínima de 80 mmHg.
Exemplo: 150/90 mmHg

Já para as pessoas que têm diabetes o máximo permitido para os valores de pressão arterial é 120/80 mmHg (IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002).

Assim, percebe-se que é necessário controlar a pressão arterial e, desse modo, prevenir agravos e danos à saúde. Ainda com base nos autores acima mencionados salientamos os riscos da manutenção dos níveis pressóricos elevados.

TER PRESSÃO ALTA É PERIGOSO?

Sim, pois, como mencionamos anteriormente, ela é uma inimiga silenciosa e a pessoa corre o risco de desenvolver ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC), popularmente conhecido por DERRAME.

Quais são as causas da PRESSÃO ARTERIAL AUMENTADA?
FATORES NÃO CONTROLÁVEIS e FATORES HEREDITÁRIOS

Com relação a herança genética, ela É UM DOS PRINCIPAIS FATORES não controláveis que está envolvido com a hipertensão. Nessas situações a pessoa HERDA DA FAMÍLIA O RISCO DE DESENVOLVER HIPERTENSÃO.

Outro fator não controlável e de importância é a IDADE. Ela contribui para o envelhecimento dos vasos sanguíneos e assim com diminuição da elasticidade e, por conseqüência, para a elevação da pressão arterial.

Com isso, fica evidente que todas as pessoas necessitam fazer cuidados preventivos, pois estão sujeitas a, no futuro, desenvolver hipertensão artérial. Isso pode ser feito por meio de ações relativas aos fatores controláveis no advento da hipertensão arterial.

Dentre os FATORES CONTROLÁVEIS estão:

– ESTRESSE
– FUMO
– USO DE ALGUNS MEDICAMENTOS

Quando é feito o diagnóstico médico de hipertensão arterial, há necessidade de tratá-la.

PODE HAVER NECESSIDADE DE UTILIZAR MEDICAMENTOS OU NÃO!

SE FOR NECESSÁRIO UTILIZÁ-LO, TOME-O SEMPRE NO MESMO HORÁRIO E NA DOSE RECOMENDADA PELO MÉDICO!

Há entretanto, algumas condutas que são auxiliares no controle da pressão arterial e VOCÊ PODE COLABORAR PARA O SUCESSO DO TRATAMENTO, MODIFICANDO ALGUNS DE SEUS HÁBITOS:

ALIMENTAÇÃO:

Diminuir o sal da comida não ultrapassando 6g (1 colher de chá) ao dia. O sal faz com que a pessoa sinta mais sede e, ao tomar mais líquidos, eleva o volume sanguíneo, conseqüentemente, a pressão arterial.

PESO:

Ingerir alimentos de baixo valor calórico; fazer atividade física. A obesidade é outro dos elementos que contribui para a elevação da pressão arterial. Ao consumir alimentos gordurosos ou mesmo que foram feitos com muita gordura o sangue fica com os níveis de colesterol aumentados. Com isso, a possibilidade de fazer com que o coração faça mais força para bombear o sangue também contribui para a elevação da pressão arterial. Além disso, as gorduras podem ficar depositadas em alguns vasos sanguíneos, o que contribui para o desenvolvimento de acidente vascular cerebral. A escolha dos alimentos também é efetiva para controlar o peso corpóreo. A prática de exercícios leva o organismo a utilizar as energias consumidas nas refeições.

BEBIDAS ALCOÓLICAS:

Diminuir o consumo ao máximo ou mesmo deixar de beber. O álcool tem como um dos efeitos a produção de contração nos vasos sanguíneos (vasoconstricção) e, portanto, de elevar a pressão arterial.

FUMO:

Deixar de fumar é a primeira providência a ser tomada pelo portador de hipertensão.

A nicotina, presente no cigarro provoca vasoconstricção, por conseguinte, elevação da pressão arterial.

ESTRESSE:

Tentar eliminar a causa do estresse ou administrá-lo da melhor maneira possível.

ATIVIDADES DE LAZER:

Procure identificar algo que lhe dê prazer e ponha toda sua energia nele. Quem sabe ler um livro, pintar, dançar, ser voluntário, bordar, cantar, etc…

QUANDO SE DEVE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL?

  • SE VOCÊ NÃO É HIPERTENSO DEVE MEDIR PELO MENOS 1 (UMA) VEZ POR ANO;
  • SE SUA PRESSÃO É DE 130/90 mmHg ou 140/90 mmHg DEVE ESTAR EM ALERTA, OBSERVAR OS RISCOS CONTROLÁVEIS E MEDIR A PRESSÃO 1 (UMA) VEZ POR SEMESTRE;
  • SE VOCÊ JÁ É PORTADOR DE PRESSÃO ALTA, TOMA MEDICAMENTOS E ESTÁ CONTROLADO, VERIFIQUE 1 (UMA) VEZ POR MÊS.

EXISTE ALGUMA MANEIRA DE PREVENIR QUE SE DESENVOLVA PRESSÃO ALTA?

Portanto, reconheça os fatores de risco:

  • Hereditariedade
  • Idade
  • Consumo excessivo de sal
  • Obesidade
  • Fumo
  • Estresse
  • Sedentarismo
  • Consumo intenso de bebidas alcoólicas.

“NÃO FIQUE AÍ PARADO, NÃO SÃO AS IDÉIAS BONITAS QUE VALEM, MAS SIM AS AÇÕES PRÁTICAS”.

Referências bibliográficas e bibliografia:
André, Charles, Manual de AVC. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Sinais vitais. In:______. Fundamentos de enfermagem. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
Cap. 31, p. 563-609.
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
IV DIRETRIZES brasileiras de hipertensão arterial, São Paulo: BG Cultural, 2002.
Folheto informativo do Departamento de Hipertensão Arterial
Folheto informativo Bristol-Myers Squibb Brasil
Folheto ilustrativo da Biogalênica Produtos Ciba-Geigy