Me chamo Renato Bueno e quero relatar aqui a experiência que passei.
No dia 10 de maio de 2001, saí de casa às 16:10hs e fui às compras para abastecer o restaurante que eu e minha esposa tocávamos. Logo em seguida, às 16:32 o celular tocou, era minha esposa me ligando. Quase sem poder falar pode me dizer a tempo que não estava bem, senti que a situação era grave e saí imediatamente para casa.
Ao chegar lá, 5 minutos depois, a encontrei caída no banheiro, tentei falar com ela, fiz algumas perguntas e imediatamente a levei ao pronto socorro do Hospital Regial de Joinville, onde ela recebeu os primeiros atendimentos e aí, se constatou que ela havia sofrido um AVC hemorrágico de tronco. Foi tudo muito difícil para mim, pois sou muito ligado a ela, sabia que seria difícil, mas encontrei forças para enfrentar tal situação, que me foi imposta.
Ela foi transferida para a UTI do Hospital Municipal São José, depois ao centro cirúrgico e mais tarde a UTI novamente, para recuperação.
Eu e a Valdete, minha esposa, vivemos praticamente 70 dias dentro do hospital, primeiro o estado de coma, depois a recuperação, a cirurgia reparadora e novamente a recuperação. Apartir daí, comecei uma luta interna para estar preparado para tudo que ainda estava por vir.
Eu sabia que ela ficaria com seqüelas, mas não sabia quais.
Dediquei-me a recupera-la com todo o meu amor, pois ela ficou pra mim igual um bebê, dependente de praticamente tudo.
Eu e ela lutamos durante um ano e meio, cada passo alcançado era uma vitória, era motivo de orgulho e satisfação, pois sua recuperação era assustadoramente rápida. Pois lembro-me que os médicos (verdadeiros anjos) diziam que o quadro dela era muito delicado.
Aprendi muito com ela, me sinto um vencedor por que tenho junto de mim uma pessoa que amo hoje praticamente recuperada. Suas seqüelas não abalam meu amor. Somos felizes, vivemos muito bem, ambos temos nossas limitações, mas isso não nos impede de viver-mos.
Somos muito gratos àqueles médicos que nos atenderam e sei que para tudo isso, valeu a rapidez no atendimento preliminar, o empenho deles a dedicação das fisioterapeutas e a vontade enorme de viver.
Uma abraço.
Renato Bueno
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