Agora que você já sabe o que é a espasticidade, abordaremos quais as formas de tratamento que podem reduzir esse tônus aumentado e contribuir com a sua recuperação funcionnal, diminuir a dor e dessa forma trazer mais qualidade se vida.
Tratamento medicamentoso:
Quando se fala em uso de medicamentos o ideal é que ele reduza a espasticidade, mas não reduza os movimentos voluntários e nem cause sedação. Precisa ser de fácil administração e tenha resultado duradouro.
Medicamentos orais
Por apresentarem um efeito mais sistêmico, muitas vezes não resultam em efeito eficaz no relaxamento muscular, e podem causar efeitos não desejados que influenciam negativamente na reabilitação, tais como:
- Sedação
- Diminuição de força muscular, inclusive nos músculos não espásticos.
É sempre importante ter indicação médica para o uso de medicamentos.
Medicamento injetável
Toxina Botulínica: Trata-se de uma técnica pouco invasiva, realizada por um profissional médico neurologista ou fisiatra. Uma injeção intramuscular é aplicada nos músculos afetados com o objetivo de obter um relaxamento dos músculos espásticos e consequentemente aumentando a possibilidade de reabilitação para melhorar os ganhos funcionais.
Benefícios:
- Se aplicada corretamente não interfere na mobilidade e atividades.
- Utilizada também para redução da dor (por exemplo: Ombro doloroso).
- Melhora do posicionamento dos membros afetados.
Acesso: estes medicamentos e tratamentos são disponíveis pelo SUS e Saúde Suplementar.
O Fisioterapeuta e o Terapeuta Ocupacional, podem identificar a necessidade da intervenção durante seus atendimentos e referenciar o paciente para avaliação com um médico.
Mas o importante é sempre manter o programa de reabilitação, associadamente ao tratamento medicamentoso, para potencializar os efeitos benéficos.
Órteses
O que são as órteses?
São dispositivos externos utilizados para prevenir possíveis deformidades, advindas principalmente dos processos de imobilismo, espasticidade e limitação na amplitude de movimento.
Elas podem colaborar para evitar padrão vicioso e auxiliar na manutenção da amplitude de movimento alcançada nas terapias.
Porém atenção!
Órteses de posicionamento são prescritas e/ou indicadas pelo terapeuta ocupacional e/ou fisioterapeuta e acompanhadas por esses profissionais pela necessidade dos ajustes constantes.
Já ouviu falar em apertar bolinha?
O uso de bolinha na mão acometida é contraindicado para pacientes pós-AVC, uma vez que o paciente fortalece os músculos que fecham a mão, podendo contribuir para o aumento da espasticidade e assim prejudicar a função manual. Recomenda-se o acompanhamento com o profissional Terapeuta Ocupacional que irá auxiliar na reabilitação da mão.
O que acontece se não prevenir ou controlar a espasticidade?
Quando a espasticidade se instala, ela poderá levar a posições viciosas do membro superior ou membro inferior do lado acometido dificultando a movimentação, higiene, locomoção, causando dor, além de levar a deformidades irreversíveis com perda definitiva da funcionalidade.
Por isso se faz necessário o acompanhamento com Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional (de preferência especialistas na área neurológica) , profissões que auxiliam o paciente na prevenção de complicações decorrentes do Acidente Vascular Cerebral e promovem através de suas práticas o ganho de independência, melhora da capacidade funcional e qualidade de vida.
Importante: Nunca é muito tarde para iniciar o controle da espasticidade, mas o início precoce do tratamento resultará em melhores ganhos.
ELABORAÇÃO:
Equipe da Unidade de AVC Integral do Hospital Municipal São José de Joinville – SC
REVISÃO:
Ana Paula Marcelino
Fisioterapeuta – residente do segundo ano do PRM em Neurologia
Bruna Cadorin de Castilho
Fisioterapeuta – residente do primeiro ano do PRM em Neurologia
Fabiane Klitzke
Fisioterapeuta Preceptora do PRM em neurologia
Jane Rossi
Terapeuta Ocupacional
Realização:
Associação Brasil AVC – ABAVC
Apoio:
Allergan – Uma empresa AbbVie
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